AVALIAÇÃO PRESSÓRICA E ANTROPOMÉTRICA DA TRIBO INDÍGENA PANKARARÉ DO POVOADO BREJO DO BURGO, GLÓRIA-BA
UNIVERSIDADE FEDERAL DO VALE DO SÃO FRANCISCO PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM EXTENSÃO RURAL (PPGExR)
WILLIAM NOVAES DE GOIS
RESUMO:
Hipertensão arterial sistêmica (HAS) é uma doença crônica, assintomática,
multifatorial, que rompe a homeostase dos sistemas vasodilatadores e
vasoconstrictores. Com as transformações socioeconômicas sofridas pelos
indígenas, especialmente após incorporar costumes de sociedades não-indígenas,
houve influência no seu perfil de saúde e doença, passando a haver uma tendência
de aumento das doenças e agravos não transmissíveis, tais como, a HAS e
obesidade. A presente pesquisa visou identificar os indivíduos hipertensos da tribo
indígena Pankararé, bem como seus fatores de risco associado, em especial a
obesidade. Realizou-se um estudo transversal, prospectivo e analítico na tribo
indígena, com indivíduos de idade ≥18 anos. A pressão arterial (PA) foi aferida por
duas vezes, com intervalo de sete dias, utilizando tensiômetro profissional. Indígenas
que apresentaram PA sistólica ≥140mmHg e diastólica ≥90mmHg e/ou sob utilização
de medicamento anti-hipertensivo, foram considerados hipertensos. Selecionou-se
234 indivíduos. Do total da amostra, 182 (77,7%) eram do sexo feminino e 52
(22,3%) eram do sexo masculino. A média de idade foi de 55 anos, sendo que para
o sexo feminino obtivemos uma média de 56,8 e para o sexo masculino de 53,2
anos. Dos 34 hipertensos identificados na amostra, 19 (55,8%) eram do sexo
feminino e 15 (44,2%) do sexo masculino. A prevalência de HAS foi de 14,5%. A
média da pressão arterial sistólica (PAS) foi 121,2 e dp ± 12, sendo que o sexo
feminino obteve média de 125,2 e dp ± 15 e para o masculino 117,3 e dp ± 9. A
pressão arterial diastólica (PAD) teve média total de 73,3 e dp ± 4,4, sendo que no
sexo feminino a média foi 76,3 e dp ± 7,7 e para o masculino a média 70,3 e dp +-
1,2. A média total do índice cintura quadril (ICQ) foi 0,85 com desvio padrão (dp) de
± 0,10, sendo para o sexo masculino a média foi 0,94 e dp ± 0,18, e para o sexo
feminino a média foi 0,82 e dp ± 0,04. O índice de massa corpórea (IMC) obteve
uma média total 19,8 e dp ± 2,0, sendo a média do sexo feminino foi 20 e dp ± 1,7 e
para o masculino a média obtida foi 19,6 e dp ± 2,9. A análise dos dados foi feita
pela regressão linear múltipla para idade, índice cintura-quadril e índice de massa
corpórea, com nível de confiança de 5%. Foi verificado que PAS e a PAD foram
estatisticamente significativo com a idade, índice de massa corpórea e ICQ, para
ambos os sexos. A caracterização da alimentação mostrou que 99% consumiam sal,
92% fazia uso diários de gordura industrial, 99% consumiam açúcar branco e
apenas 28% conservavam o hábito de caçar e pescar. Como fator de risco
associado, a obesidade revelou uma prevalência de 35,8%. Dessa forma, tanto a
prevalência de hipertensão arterial sistêmica, quanto a de obesidade na tribo
indígena Pankararé foi considerada elevada. Assim, é importante implantar medidas
permanentes, como mudança no estilo de vida, alimentação saudável, exercício
físico , além de promover estímulo ao resgaste das suas tradições indígenas, que
conduzam a melhoria do estado de saúde.
Palavras-chave: Pressão arterial. Fatores de risco. Índios Sul-Americanos. Brasil.
LINK:http://www.pgextensaorural.univasf.edu.br/wp-content/uploads/2019/05/DISSERTA%C3%87%C3%83O_DVD_.pdf
A diversidade temática dos estudos em História Ambiental no Brasil evidencia o crescente interesse e adesão de pesquisadores a este campo historiográfico em consolidação. Talvez essa riqueza temática esteja aliada ao fato de que os estudos históricos ambientais têm se mostrado cada vez mais interdisciplinares. É notória a participação de pesquisadores advindos de outros campos do conhecimento interessados na complexa, e cada vez mais estimulante, relação entre sociedade e Natureza no Brasil. Por isso, essa coletânea organizada por Carlos Alberto Batista Santos, Edson Hely Silva e Edivania Granja da Silva Oliveira, História Ambiental, História Indígena e relações socioambientais no Semiárido brasileiro é uma evidente prova evidente desse fenômeno.
LINK:https://secureservercdn.net/198.71.233.51/3fd.eb4.myftpupload.com/wp-content/uploads/2018/03/Hist%C3%B3ria-Ambiental-e-hist%C3%B3ria-indigena-E-BOOK-13-03-18-final-1.pdf
Este trabalho tem por objeto as condições sociais e simbólicas da “invenção cultural” e da “manipulação da identidade” entre grupos indígenas do Nordeste brasileiro, concentrando-se sobre uma dessas situações: o etnônimo Pankararu, localizado no sertão pernambucano do São Francisco, próximo à UHE de Itaparica. A análise desenvolve-se em dois planos, cada um deles correspondendo a dois capítulos. Propomos uma interprestação histórica sobre as emergências étnicas do Nordeste a partir das mudanças ideológicas e contextuais que levaram o órgão indigenista oficial a atuar na região e o novo padrão de indianidade gerado a partir daí, assim como das redes de contatos rituais e, depois, de mediadores políticos e religiosos que permitiram a deflagração das emergências (Cap.1). Apresentamos uma análise da emergência Pankarau e da construção de seu território a partir da série de intervenções e ressignificações entre burocracia e política nativa, que desembocam num “campo político autônomo” (Cap.2). Num segundo plano, propomos um modelo descritivo capaz de sintetizar, sem reduzir, o processo de construção e mutação territorial daqueles campo autônomo de novas relações sociais (Cap.3). Para em seguida investirmos sobre as dinâmicas de desterritorializações e reterritorializações que fogem ao recorte geométrico do território, descrevendo como uma topológica a constante produção da etnicidade (Cap.4).
LINK:https://indiosnonordeste.com.br/wp-content/uploads/2014/01/1996-Arruti-Disserta%C3%A7%C3%A3ob.pdf
HISTÓRIA AMBIENTAL, HISTÓRIA INDÍGENA E RELAÇÕES SOCIOAMBIENTAIS NO SEMIÁRIDO BRASILEIRO
A diversidade temática dos estudos em História Ambiental no Brasil evidencia o crescente interesse e adesão de pesquisadores a este campo historiográfico em consolidação. Talvez essa riqueza temática esteja aliada ao fato de que os estudos históricos ambientais têm se mostrado cada vez mais interdisciplinares. É notória a participação de pesquisadores advindos de outros campos do conhecimento interessados na complexa, e cada vez mais estimulante, relação entre sociedade e Natureza no Brasil. Por isso, essa coletânea organizada por Carlos Alberto Batista Santos, Edson Hely Silva e Edivania Granja da Silva Oliveira, História Ambiental, História Indígena e relações socioambientais no Semiárido brasileiro é uma evidente prova evidente desse fenômeno.
LINK:https://secureservercdn.net/198.71.233.51/3fd.eb4.myftpupload.com/wp-content/uploads/2018/03/Hist%C3%B3ria-Ambiental-e-hist%C3%B3ria-indigena-E-BOOK-13-03-18-final-1.pdf
OS ÍNDIOS NOS VALES DO PAJEÚ E SÃO FRANCISCO: historiografia, legislação, política indigenista e os povos indígenas no Sertão de Pernambuco (1801-1845).
UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO
CENTRO DE FILOSOFIA E CIÊNCIAS HUMANAS - CFCH
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM HISTÓRIA - PPGH
CARLOS FERNANDO DOS SANTOS JÚNIOR
2015
RESUMO
Na primeira metade do século XIX, as populações indígenas na Região do Submédio
São Francisco – nas ribeiras do Moxotó e Pajeú e nas vilas Assunção e Santa Maria –
vivenciaram processos históricos relacionados à implantação de núcleos urbanos no
Sertão nordestino, expansão e desenvolvimento da pecuária, as secas periódicas na
Região, o aprofundamento da política fundiária, e as políticas indigenistas. Os eventos
citados produziram mudanças na relação que as populações indígenas no Sertão tinham
com os seus territórios. Também houve a continuidade do Diretório Pombalino aplicado
aos índios. Para os grupos indígenas nos rios Moxotó e Pajeú, o Diretório foi utilizado
para a pacificação e aldeamento daqueles grupos acusados de atacarem as fazendas de
gado. Houve a reintrodução dos missionários italianos para a catequese dos índios,
sobre o agenciamento do Governo da Província de Pernambuco. Para os índios nas vilas
de Assunção e Santa Maria, o Diretório além de garantir a liberdade, reconheceu o
direito de propriedade das terras daquelas vilas aos seus legítimos donos, os índios das
referidas vilas. Os índios no Moxotó, Pajeú e nas ilhas do Rio São Francisco tiveram as
suas terras esbulhadas por posseiros invasores, fazendeiros, autoridades civis e
militares, e os vereadores das câmaras municipais. Diante deste contexto de usurpação,
os índios elaboraram estratégias de resistência para reivindicar os direitos sobre as suas
terras, fazendo uso dos seus “acervos de experiências” históricas coletivas. Colocando
limites aos esbulhos das terras indígenas e, ao mesmo tempo, permaneceram nessas
terras consideradas parte de seus territórios, contra todas as expectativas de
desaparecimento das autoridades da Província de Pernambuco.
Palavras-chave: Índios no Sertão. Rio São Francisco. Acervos de Experiências.
LINK:https://repositorio.ufpe.br/bitstream/123456789/14933/1/Carlos%20Fernando_Disserta%c3%a7%c3%a3o_Texto.pdf
ResumoO Reencantamento do Mundo Trama histórica e Arranjos Territoriais Pankararu
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO
MUSEU NACIONAL
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ANTROPOLOGIA SOCIAL
José Maurício Paiva Andion Arruti
Este trabalho tem por objeto as condições sociais e simbólicas da “invenção cultural” e da “manipulação da identidade” entre grupos indígenas do Nordeste brasileiro, concentrando-se sobre uma dessas situações: o etnônimo Pankararu, localizado no sertão pernambucano do São Francisco, próximo à UHE de Itaparica. A análise desenvolve-se em dois planos, cada um deles correspondendo a dois capítulos. Propomos uma interprestação histórica sobre as emergências étnicas do Nordeste a partir das mudanças ideológicas e contextuais que levaram o órgão indigenista oficial a atuar na região e o novo padrão de indianidade gerado a partir daí, assim como das redes de contatos rituais e, depois, de mediadores políticos e religiosos que permitiram a deflagração das emergências (Cap.1). Apresentamos uma análise da emergência Pankarau e da construção de seu território a partir da série de intervenções e ressignificações entre burocracia e política nativa, que desembocam num “campo político autônomo” (Cap.2). Num segundo plano, propomos um modelo descritivo capaz de sintetizar, sem reduzir, o processo de construção e mutação territorial daqueles campo autônomo de novas relações sociais (Cap.3). Para em seguida investirmos sobre as dinâmicas de desterritorializações e reterritorializações que fogem ao recorte geométrico do território, descrevendo como uma topológica a constante produção da etnicidade (Cap.4).
LINK:https://indiosnonordeste.com.br/wp-content/uploads/2014/01/1996-Arruti-Disserta%C3%A7%C3%A3ob.pdf
OS TRUKÁ E O DISCURSO GOVERNAMENTAL SOBRE O PROGRAMA DE INTEGRAÇÃO NACIONAL DO RIO SÃO FRANCISCO: ENTRE OS DITOS E OS NÃO DITOS
UNIVERSIDADE DO ESTADO DA BAHIA
DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS HUMANAS – CAMPUS III
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM EDUCAÇÃO, CULTURA E
TERRITÓRIOS SEMIÁRIDOS - PPGESA
LIDIANE ARAÚJO CAVALCANTE
2018
RESUMO:
Esta pesquisa analisa o discurso e as relações de poder presentes no Programa de
Apoio aos Povos Indígenas (PBA 12), parte integrante do Projeto Básico Ambiental,
do Programa da Integração Nacional do Rio São Francisco com as Bacias do Nordeste
Setentrional – PISF e sua interpretação discursiva junto ao grupo étnico Truká, situado
na Ilha de Assunção, no município de Cabrobó-PE. A análise do referido documento
fundamenta-se nas teorias da Análise do Discurso (AD) de orientação francesa. O
objetivo é investigar as relações de poder, impressas nos documentos oficiais, que se
evidenciam a partir do discurso do desenvolvimento econômico e do progresso por
parte dos órgãos governamentais e a interpretação destas pelo povo Truká. A
hipótese é que o Estado, enquanto órgão regulador impõe um conjunto de “verdades”,
através do texto informativo, justificando a obra através de ações propositivas que
anulam e “compensam” os possíveis efeitos negativos desta intervenção. Mediante a
proposição governamental, coube identificar as representações dos povos indígenas
contidas nesses documentos, explícitas e implícitas no texto e de que maneira esse
povo (Truká) interpreta a proposta do Projeto do ponto de vista discursivo. Os
mecanismos utilizados para discutir o documento na perspectiva adotada são os
pressupostos da AD - aspectos comunicacionais presentes nas vozes impressas no
enunciado do Programa. Esta investigação se enquadra no tipo de pesquisa
qualitativa, com base nos pressupostos da Etnografia/documental que evidencia a
importância das relações simbólicas presentes no grupo social estudado. Para
atender ao objetivo desta pesquisa foram utilizados os seguintes recursos e
instrumentos para a coleta de dados: a observação participante, entrevistas
semiestruturadas, diário de bordo, documentos, fotografias e filmagens, com o intuito
de compreender que valores estes atribuem ao discurso oficial, como as lideranças
Truká recebem e contrapõem o discurso governamental. Os contatos com o campo
de investigação evidenciaram a necessidade desta. Como resultado da pesquisa,
identificamos que, na elaboração das propostas, o agente governamental não
conhece, de fato, a realidade indígena, muito menos suas demandas por aquilo que
realmente importa: a terra e o ambiente preservado. A representação que o discurso
oficial faz desses povos é distorcida e equivocada, quando não preconceituosa e mal
intencionada. Por outro lado, o discurso dos Truká implica duas formas de
diferenciações. Uma contrastante que produz termos no limite irredutíveis, e que se
refere às relações entre índios e governo; mas existe também uma que podemos
chamar de transformacional, que opera no âmbito das relações dos Truká entre si.
Palavras-chave: Etnia Truká, programas governamentais, Análise do Discurso,
Integração do Rio São Francisco.
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